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Ninguém lhe nota os movimentos típicos, as pequenas manias que ela mantém, todos dias ao acordar. Criados inconscientemente pela rotina de quem aprecia a precisão dos pormenores, são, estes, repetidos para ninguém ver. Há um certo prazer no segredo guardado para si mesma. Mantém alguns destes tiques em público. Esconde o segredo ao nível dos olhos. O prazer aqui é maior – mais perigoso – quase lhe sente a acidez da revelação. Mas a pista limita-se à marca do batom, vermelho, no canto do copo de cerveja. Como é adorável pensar que cada pessoa guarda, para si, estes segredos deliciosos de manter. Num local apinhado é isso que procura: a curiosidade pelos pequenos movimentos privados de algum ser em detrimento de outro. Aqui o prazer está em descobrir quais destes segredos se revelam antes das apresentações formais. Talvez antes mesmo do reconhecimento mutuo – um pouco como esperar o som da trovoada antes do seu relâmpago. O interesse, aqui, está em contar os segundos que os